quinta-feira, 23 de maio de 2013

Conto do Fantastiverso: Capítulo 3


"Sete autores. 
Sete livros. 
Uma história."

Sinopse: O anjo caído Samael está reunindo um exército composto de criaturas sobrenaturais. Os anjos tentarão impedi-lo. Mas descobrirão que o único sentimento mais forte que a vingança é o amor...


Capítulo 3


Eu podia sentir o seu medo. O seu chamado silencioso ecoando em minha mente enquanto eu disparava à sua procura, com todos os meus sentidos vampirescos em alerta. Algo estava errado, muito errado. E tudo o que conseguia pensar naquele momento era em Ceci. Em protegê-la. Nem mesmo meu amor por Aaron conseguia suplantar o desejo de encontrar e salvar aquela criança.
À minha volta, o silêncio era ainda mais assustador. E enquanto eu corria em direção aos quartos das crianças, tentava absorver o máximo de informações possíveis na esperança de descobrir o que estava acontecendo. Porém, os únicos cheiros que captava com meus sentidos aguçados eram ainda os mesmos de antes. Não obstante, havia algo mais, eu também podia sentir um terrível e conhecido odor se espalhando pelo ar, empesteando-o... O horrível cheiro da morte.
— Ceci! — sussurrei, ao entrar em seu quarto. Temendo que se falasse seu nome alto demais, pudesse colocá-la em perigo.
As luzes estavam apagadas e sua cama encontrava-se revirada e vazia. E ao ver aquela cena, senti como se dedos gelados e implacáveis estivessem se fechando em torno do meu coração. Um calafrio percorrera minha espinha. Desesperada e atordoada, eu direciono minha atenção para o guarda roupas e corro até ele, apreensiva. E sem pensar duas vezes, rapidamente abro as portas. A menina salta em meus braços, assustada e tremendo de medo.
— O que foi? O que aconteceu? — eu pergunto, erguendo-a em meu colo, mas ela nada diz. Estava em total estado de pânico. — O que foi? — eu volto a perguntar.
Mas Ceci estava assustada demais e chorava sem parar. Ela tentara falar, mas não conseguira; as palavras lhe escapavam da boca, embaralhadas e sem sentido.
 — Shhh! — eu lhe fiz sinal para que se acalmasse e a embalei em meus braços tentando reconfortá-la. Porém ao invés disso, eu a vi arregalar seus enormes olhos verdes, e escancarar sua boca, aterrorizada.
— E-eles estão... — ela tenta me alertar.
Algo estava vindo nos pegar. Eu pressenti o perigo às nossas costas, e todo o meu corpo se inundara de adrenalina, à medida que meu sistema nervoso se preparava para reagir. Meu coração começou a martelar contra meu peito; tão forte que eu podia ouvir o meu sangue pulsando em minhas têmporas. Eu precisava salvar Ceci, ela era tudo o que importava naquele momento. Daria a minha vida se preciso fosse para salvá-la. Se ao menos Aaron estivesse ali para me ajudar. Se ao menos eu tivesse lhe avisado que sairia à procura de Ceci, ao invés de deixá-lo desacordado no motel onde nos instalamos, quem sabe agora ele estivesse ao meu lado, protegendo nós duas: eu e essa linda e indefesa garotinha. Mas, ao invés disso, ali estava eu em um dos quartos do abrigo do Padre Miguel com Ceci em meus braços apavorada, e me preparando para enfrentar a presença terrivelmente ameaçadora que se aproximava. Agora não havia mais como voltar atrás, era lutar ou morrer. E eu escolhi lutar. Lutar para salvar Ceci e, principalmente, para voltar para Aaron. Então, resoluta e cheia de coragem, eu me viro com Ceci em meus braços, e encaro nosso destino.
Eu acordei molhada de suor e o silêncio me acolhera. Fora um pesadelo então? Ceci estava bem, afinal. Que alívio, eu pensei, respirando fundo para recobrar o fôlego.
Eu me levanto e deixo o meu quarto. Toda a Casa das Tochas jaz em um silêncio inquietante, da mesma forma que antes. Apenas barulhos ocasionais de louça, oriundos da cozinha, chegam aos meus ouvidos. Mas, fora isso, o silêncio impera incólume em toda a residência; perturbador e asfixiante.
Aaron me deixara sozinha e saíra com Nestor e os outros vampiros, na esperança de descobrir o que Stéfano e seus comparsas estavam tramando. E eu fiquei para proteger Ceci e me recuperar dos traumas recentes que sofri quando saí em busca de resgatar a menina. Mas valeu a pena, faria tudo de novo, se assim fosse preciso. Apesar de todos os riscos e de quase ter matado a nós duas.
Enquanto caminhava pela casa, fui, aos poucos, me dando conta de que não estava mais na Casa das Tochas, e sim na Casa de Campo — a luxuosa e alternativa morada de Aaron e seu covil de vampiros. Uma terrível angústia se apoderara de todo o meu ser quando pensei no quanto aquela residência significava para ele. No quanto ele gostava de morar lá. E então, repentinamente e sem que fossem convidadas, lágrimas começaram a brotar em meus olhos e escorreram quentes, sobre minhas bochechas. E eu ainda tentava afastá-las quando ouvi um súbito farfalhar semelhante ao bater das asas de uma ave. Porém, muito mais intenso, como se oriundo de enormes ou gigantescas asas. O que me deixou intrigada.
O som da campainha tocando obrigou-me a me recobrar do meu torpor e eu direcionei minha atenção à porta, para onde me encaminhei a fim de descobrir quem era o nosso convidado. E qual não foi a minha surpresa ao ver que se tratava de um homem alto, de cabelos e olhos escuros, penetrantes, e semblante austero.
— Pois não — disse, erguendo uma sobrancelha para ele —, posso ajudá-lo?
— Eu posso entrar?
— Claro — assenti, relutante, enquanto me afastava para que ele entrasse. — Por favor.
— Obrigado — ele responde já se encaminhando para dentro da sala. Porém, ao passar por mim, eu senti uma vibração percorrer todo o meu sistema nervoso. Um instinto tão primitivo quanto o próprio tempo se ativara, fazendo um arrepio de frio percorrer a minha espinha e eriçar meus pelos.
Havia algo muito errado com aquele homem, ou aquela criatura. Pois, fosse ele o que fosse, de uma coisa eu tinha certeza: ele não era humano. Como eu logo descobriria.
— Então, quer tomar alguma coisa, uma água, um café talvez.
— Ruby... — ele dissera, sorrindo com um canto da boca. — Eu sei que você já sacou que eu não sou humano, então, acho que podemos pular essa parte.
Eu senti o sangue subindo através de meu pescoço e minhas bochechas se aquecendo. Além de um completo estranho, nosso visitante era também, muito ousado.
 — Certo — disse —, nesse caso, quem é você e o que veio fazer aqui?
— Eu vou ser curto e grosso, Ruby — ele respondeu. — O meu nome é Samael e eu vim para falar com o seu líder, o Aaron. Será que você pode me fazer o favor de ir chamá-lo?
Surpresa, eu aperto os meus olhos para ele, e então respondo: — Você vem até a minha casa e acha que pode me dar ordens? Eu ao menos te conheço? Por que, sinceramente, eu não me lembro de já tê-lo visto antes.
Ele sorri provocadoramente e responde: — Será por que nós nunca fomos apresentados?
— Agora chega, sai da minha casa agora, antes que eu perca a minha paciência. E querido... Acredite em mim quando eu digo — sinto minhas feições tornando-se ameaçadoras, a besta dentro de mim ansiando por emergir, e falo pausadamente: — você não vai querer me ver brava.
Em resposta, Samael gargalha debochadamente e se aproxima de mim.
— Ok, Ruby. Foi um prazer falar com você... Brincar com você. Agora, será que pode me chamar o seu líder? Minha conversa só diz respeito a ele.
Eu senti o sangue me subindo novamente, a raiva aumentando.
— O Aaron não está em casa. Seja lá o que for que tem pra falar com ele, pode tratar comigo mesma.
Samael gargalha novamente com escárnio.
— Com você?
— Qual é a graça? Você não tem educação não? Seus pais não te ensinaram a ter respeito pelas pessoas?
Em resposta, o semblante dele se obscurece e duas imensas asas cinzentas emergem em suas costas.
— Ruby, você não faz a menor ideia das forças que estão em movimento nesse momento no tabuleiro. Então, como disse, eu não vou perder o meu tempo discutindo assuntos, ou coisas de extrema importância, com você.
O anjo caído me vira as costas e afasta-se em direção à saída.
— Eu não serei ignorada dessa maneira! — bradei, e usando minha velocidade vampiresca atravesso na frente do anjo. — Você vai falar comigo de qualquer maneira agora.
— Saia da minha frente!
— Não!
— Não me obrigue a forçá-la — avisa ele, seus lábios comprimindo-se para formar apenas uma linha levemente avermelhada.
— Eu já fui considerada uma rainha, não serei humilhada dessa forma!
— Você se acha realmente especial, não é? — ele caçoa. — Deve ser por conta desse seu sangue amaldiçoado que corre em suas veias e que permite que um monstro como você perambule por aí em pleno dia.
Quando dera por mim, meu punho já o havia arremessado para longe, pegando-o de surpresa.
— Sua vadia! — exclama ele —, como você ousa? — seu rosto tornara-se uma máscara obscura.
O anjo partira para cima de mim, mas eu rapidamente desviei de seus ataques. Seus socos encontravam apenas as paredes e o assoalho, o que fora aos poucos, destruindo toda a mobília da sala e os quadros que até ainda pouco, ornamentavam as paredes da sala.
— Não pode me pegar — eu provoquei —, mas eu sim. — eu rapidamente me posicionei atrás dele e agarrei suas asas, impedindo-o de voar.
— Há, acha que basta isso para me conter? — ele interroga — Eu era um comandante celestial, sua rameira.
Meus sentidos ainda tentaram me alertar, porém já era tarde demais. Poderosas rajadas de energia se dispersaram do corpo do anjo e me atingiram, não uma, mais várias, centenas de vezes, enquanto meu corpo era projetado para longe, só se detendo ao se chocar contra o teto para, em seguida, se esborrachar no chão.
— Nunca mais ouse me desafiar novamente vampira, ou então, eu não serei tão misericordioso quanto hoje — ele me alerta.
— Não! — eu exclamei, furiosa —, eu nunca mais o desafiarei novamente... — pois eu vou matá-lo! — Novamente eu me lancei contra o ex-celestial e novamente fui barrada em pleno ar.
Energias incandescentes crepitavam de seus dedos, paralisando todos os meus músculos, e impedindo que eu me movesse. Não conseguia pensar direito também, pois havia a voz... A voz dele estava dentro de minha cabeça, me sussurrando coisas, relatando terríveis verdades primitivas que ninguém deveria ter ciência, pois estavam além do conhecimento humano, bem como do meu.
Subitamente, enquanto o anjo me torturava, uma corrente de ar gelada começou a circular ao nosso redor. Sua força foi gradativamente aumentando e o anjo desviou sua atenção de mim para se voltar para uma garotinha que se aproximava de nós com os braços levemente erguidos ao lado do corpo e recitando palavras, preces em uma língua que eu jamais havia ouvido antes. E seus olhos... Os olhos dela brilhavam, incandescentes em meio ao transe. O que Ceci estava fazendo?
— Ceci não... — eu gritei para ela, em alerta — Saia daqui agora.
A menina não me ouviu e continuou falando no mesmo dialeto estranho, detendo-se a alguns metros de mim, que ainda estava sob a influência de Samael.
— Sai da minha cabeça, bruxa! — eu ouvi o anjo gritar pra Ceci.
Ao invés disso, ela erguera os braços e a ventania se transformou em um ciclone no meio da sala, arrastando tudo em seu caminho, relâmpagos atravessaram o corpo de Samael e ele gritou em agonia, finalmente me soltando.
— Ceci, pare! — eu gritei novamente, tentando despertá-la do transe. Contudo, ela mantivera seu ataque, os olhos ardendo em uma fúria desmedida, vidrados.
Samael continuava gritando, seu corpo se transformando em um facho de luz, que aos poucos foi se desintegrando, até desaparecer em meio a um clarão luminoso. Só então os olhos de Ceci se apagaram e seu corpo diminuto caíra ao chão, desfalecido. Eu corri até ela e a peguei em meus braços.
— Ceci — disse —, acorda!
Com esforço, ela abre seus imensos olhos verdes para me encarar, como se acordando de um sonho.
— Agora estamos quites — ela diz com sua voz infantil.
— Quites?
— É, você me salvou dos homens maus e agora eu salvei você daquele demônio.
— Como você fez aquilo? Poderia ter morrido.
— Eu precisava salvar você, então entrei na mente dele e conjurei aquele encantamento. Estava tudo lá, na cabeça dele.
— Nunca mais faça isso de novo, está me ouvindo? Nunca mais.
Ela nada dissera, apenas me abraçara com força. E naquela hora, só Deus poderia saber o quanto isso bastava. Eu mais uma vez agira por impulso e coloquei não apenas a minha, mas também a vida dela em perigo. E, por motivos desconhecidos, quis o destino que fosse a própria Ceci a salvar nossas vidas dessa vez. Aaron logo mais chegaria e eu muito teria que explicar a ele, bem como enfrentar a desconfiança e o repúdio de Nestor também. Mas, em face do que acabara de acontecer, eu consideraria isso um bônus; uma punição por novamente me deixar levar pela raiva e não pela razão. Afinal, o que poderia o ancião e mentor de meu amado fazer, que eu já não tivesse lidado antes?
 
Perdeu os dois primeiros capítulos? Confira aqui:
Capítulo 1: http://elainevelasco.blogspot.com.br/2013/05/conto-do-fantastiverso.html
Capítulo 2: http://elainevelasco.blogspot.com.br/2013/05/capitulo-2-do-conto-do-fantastiverso.html

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Capítulo 2 do conto do Fantastiverso

Este conto é uma proposta do meu grupo literário Fantastiverso, afim de divulgar nosso trabalho e nossos livros. 

Sinopse: O anjo caído Samael está reunindo um exército composto de criaturas sobrenaturais. Os anjos tentarão impedi-lo. Mas descobrirão que o único sentimento mais forte que a vingança é o amor...


Nesse segundo capítulo, participam Samael (Limiar- Entre o céu e o inferno de minha autoria) e Ariel ( O Ceifeiro de Al Gomes), para quem não leu o primeiro capítulo, acesse: http://elainevelasco.blogspot.com.br/2013/05/conto-do-fantastiverso.html 


Capítulo 2
Empoleirado sobre o teto do Masp, Samael observa a metrópole adormecida. Absorto em pensamentos, nem mesmo a tempestade que assola a cidade parece incomodá-lo. Apenas a chegada de um ser feito de pura energia, que aos poucos toma a forma de um homem com imensas asas é capaz de fazer com que ele mova a cabeça para a direita. Entretanto, ao constatar sua identidade, ele volta à sua apatia e sua posições iniciais, limitando-se a cumprimentar o visitante:
- Olá Ariel.
- Boa noite comandante.
- Não sou mais seu comandante há milênios, Ariel.
- Porém, jamais deixei de respeitá-lo Samael, por tudo que passamos juntos quando liderava o exército dos ceifeiros.
Samael soltou um suspiro entediado.
- Afinal, o que o traz até aqui velho amigo? Sei que não se trata de uma visita cordial.
- Sei o que está planejando Samael, e muitos de nossas hostes também o sabem. Vim pedir para que pare. É loucura, não vai dar certo.
- E que escolha tenho eu Ariel? Se nosso Pai me deu as costas e estou agora preso nessa guerra entre Ele e Lúcifer? Já sofri demais por não tomar partido.
- Sei que não é isso que o motiva. De verdade.
O silêncio imperou entre os dois por longos instantes, até que o antigo comandante o quebrou:
- Quem é você para me julgar Ariel? Bem sei que andas envolvido com aquela humana, aquela cuja alma deveria ceifar...
- Como sabes disso?
- As notícias correm, meu irmão. Toma cuidado.
- Não é o que estás pensando.
- Não? Já vi muitos anjos caírem Ariel, sei bem como tudo começa...
-  Acaso refere-se a Leuviah? Ele já vinha se corrompendo há muito tempo...
- Não fale desse maldito diante de mim! – dizendo isso, o anjo de asas cinzentas pôs-se em pé, punhos cerrados encarando o antigo companheiro.
- Acalme-se Samael, não vim reabrir velhas feridas. Só vim avisar-lhe.
- Pois então, fica também você com um aviso: Se continuares pelo caminho que estás trilhando, logo estarás ao meu lado, lutando contra as legiões de nosso Pai, logo serás mais um anjo caído.
Tomado de assombro pela severidade das palavras emitidas pelo antigo comandante, Ariel enrolou-se em suas asas e transformou-se numa imensa bola de energia que sumiu nos céus tão rapidamente quanto havia surgido.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

Livro X Filme: Jogos Vorazes



SINOPSE - JOGOS VORAZES - JOGOS VORAZES - LIVRO 1 - SUZANNE COLLINS

Após o fim da América do Norte, uma nova nação chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?

Resenha


         Primeiramente quero falar de como cheguei até Jogos Vorazes. Vários amigos do facebook viviam postando materiais sobre essa série e como esses amigos em especial têm o mesmo gosto que eu para livros, fiquei muito curiosa para conhecer a história. Associe-se a isso o fato de que, como toda mulher, sou louca por promoção e essa série sempre estava por um preço incrível no Submarino e ainda entre os mais vendidos. Porém, após minha decepção com Cinquenta tons de cinza (falarei sobre isso em outra resenha), fiquei com medo de comprar uma trilogia inteira e depois não conseguir sequer passar da metade do primeiro livro. Por esse motivo, ao saber que já havia o filme do primeiro livro da série, decidi assisti-lo. E só posso dizer que simplesmente A-ME-I. Assisti  ao filme duas vezes seguidas e só não assisti a terceira porque meu marido começou a reclamar, rs. No mesmo dia, encomendei os livros pela internet e ao recebê-los, devorei-os em apenas 6 dias! Levei dois dias para ler o primeiro, o segundo li num único dia e o terceiro só demorou 3 dias porque comecei a protelar a leitura porque não queria que ela acabasse! Fiquei na maior ressaca literária após terminá-lo e tive que ser muito forte para não começar a relê-los. Aí você se pergunta: então essa é uma resenha sobre a trilogia? Não caro leitor, essa é um resenha que pretende comparar o filme com o livro, é claro que falaremos apenas do primeiro livro, visto que os outros ainda não saíram.
          Pois bem, de tanto acompanhar filmes e/ou séries de TV que vieram de livros que li, já percebi algumas coisas... A primeira, é que nem todos os personagens dos livros podem ser levados ao filme, devido ao tempo relativamente escasso que ali se tem para contar uma história, portanto, já me conformei que alguns personagens por vezes muito queridos, simplesmente são esquecidos na hora de se adaptar um livro para um filme, aí o que se faz muitas vezes, é manter um personagem que mescle as características, falas e atitudes de vários personagens. Às vezes isso dá certo, outras nem tanto.  Veja o caso de Bonnie e Caroline, da série Diários do Vampiro, ao suprimirem a personagem Meredith, tentaram imprimir nelas as características desta terceira. O que aconteceu é que se desvirtuou muito a história original, onde Caroline era na verdade, inimiga declarada de Elena, e agora na série, ela é uma super amiga e a Bonnie, é bipolar, em certos momentos é frágil, em outros, corajosa. Também entendo que nos filmes, não há tempo para grandes explicações, nem grandes questionamentos, por isso, muitas coisas são “condensadas” ou se utiliza o recurso visual para subentendê-las. Porém, esse recurso sempre apresenta falhas. Por exemplo, o filme Jogos Vorazes, logo no começo, mostra Katniss, a protagonista, conversando comGale sobre quantas vezes eles já se inscreveram para a Colheita, sem dar maiores detalhes e a impressão que você tem, se não leu o livro, é que eles estão ávidos por participarem dos Jogos, o que não é verdade, e por conta disso você fica “boiando” quando Katniss se apresenta como voluntária para tomar o lugar de sua irmã e todo mundo fica triste. Tipo, se era assim tão fácil participar, por que eles ficaram se inscrevendo mil vezes? E agora queKatniss conseguiu garantir sua vaga, por que esse drama? Enfim, só lendo o livro para entender.
Outra coisa que me incomodou um pouco no filme, foi que Haymitch muda de apático para mentor carinhoso e atencioso sem nenhum motivo real aparente, muito embora o motivo de tal mudança só seja elucidado no terceiro livro, então decidi relevar esse fato. Há também o relacionamento de Katniss Gale, que no livro, é apenas uma amizade, que ela só percebe que talvez seja amor quando já está na Arena e no filme, eles são colocados como um casal logo de cara, mas também compreendo o uso de tal recurso, já que Gale precisa nos conquistar logo de cara, pois ele quase não aparece mais no filme. Mas o que eu realmente achei fantástico foi a abordagem escolhida para o filme. Enquanto eu o assistia, eu tinha a plena convicção que o livro era narrado em terceira pessoa, pois que aconteciam coisas que nossa heroína não tinha como ter conhecimento. Foi uma surpresa quando descobri que o livro é narrado em primeira pessoa. Esse recurso foi utilizado no filme, para explicar mais rapidamente e objetivamente certos detalhes importantes ao desenrolar da história.  
Ah, e tem também o mocinho da história! Peeta Mellark é o tributo masculino do distrito 12 que juntamente com Katniss estará na arena, competindo com outros 22 jovens entre 12 e 18 anos pela coroa e pela glória de ser o vencedor da 74ª Edição dos Jogos Vorazes. À princípio, suas atitudes são confusas e você fica muito desconfiado dele, pois que para haver um campeão, poderá haver apenas um sobrevivente, de modo que, se pretende sagrar-se um vitorioso, ele terá que matar também Katniss. Mas é aí que a história nos surpreende... E prende!
Não posso dar muito mais detalhes, para não dar spoilers, o que posso garantir é que Jogos Vorazes é uma trilogia que vale cada linha e sua adaptação para o cinema vale cada minuto!
Arrisco-me até a dizer que é a melhor série desde Harry Potter!!!   

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conto do Fantastiverso

Olá amigos do blog!
Quem acompanha meu trabalho através deste blog, sabe que faço parte do grupo literário Fantastiverso, um grupo composto por 14 autores do gênero de Literatura Fantástica, unidos no intuito de difundir e divulgar esse gênero no Brasil. Para maiores informações, acesse: fantastiverso.blogspot.com.br.


Para 2014, estamos preparando uma antologia com um conto de cada um de nossos autores, afim de divulgar nosso trabalho. O livro será organizado por mim e publicado pelaEditora Literata. Com vistas a este trabalho, também estamos escrevendo um "conto bônus", escrito por 7 dos autores integrantes do grupo, envolvendo nossos 7 livros e seus personagens. É uma forma de divulgar não apenas nosso trabalho, mas também nossas obras e nossa futura antologia. Esse conto bônus será publicado em diversos blogs e sites, inclusive no aqui, semanalmente. Gostou da proposta? Então confere aí o primeiro capítulo dessa história fantástica que traz Samael, um personagem do meu livro Limiar Diogo e os demais vampiros de seu covil do livro O Punhal da minha querida amiga Jéssica Anitelli.


Capítulo 1
Mesmo antes de abrir a porta, Diogo já podia sentir a enorme força que emanava da criatura atrás dela. Colocou a mão na maçaneta e a girou devagar, sem saber o que o esperava. Deparou-se com um homem alto, esguio, de cabelos negros e olhos azuis que o fitavam com interesse.
- Boa noite. Você deve ser o Diogo.
- Sim, eu mesmo. Desculpe, mas eu te conheço?
Abrindo um meio sorriso, ele se apresentou: - Creio que não. Meu nome é Samael. Quero falar com Augusto.
Se antes Diogo já estava com um péssimo pressentimento, isso apenas se agravou ao ouvir o estranho mencionar o seu nome e o de seu mestre. Eles nunca recebiam visitas, apenas dos humanos que os serviam, mas jamais de outras criaturas sobrenaturais, quanto mais uma daquela magnitude. Diogo não sabia exatamente o que aquele homem era, mas sabia que não era humano, nem vampiro, mas algo muito, muito mais poderoso. Ele que há pouco se acostumara com a existência de vampiros, jamais imaginou encontrar outra espécie ainda mais poderosa que a dele e isso o amedrontava.
- Não vai me convidar para entrar?
Diogo hesitou por um instante, perguntando-se se aquilo era sensato.
- Ora Diogo, se eu quisesse, já teria invadido a casa e destruído todos vocês, você sabe disso. Vim em missão de paz. – dizendo isso, o homem mexeu os ombros e duas enormes asas cinzentas surgiram em suas costas.
Aquela visão deixou Diogo completamente estarrecido.
Um anjo! – pensou consigo – Caraca, agora fudeu!
- Co-co-co-mo sabe o meu nome?
- Eu sei muitas coisas sobre você Diogo, coisas que nem mesmo você sabe. Conheci Henrique, de quem você herdou esses belos olhos verdes e conheci também os planos que ele teceu para você.
- O que?
Foram interrompidos por Samantha, que assomou à porta, querendo saber com quem Diogo conversava. Ao deparar-se com o anjo, pôs-se a analisá-lo por um instante, em seguida abriu um sorriso malicioso e o cumprimentou:
- Samael, há quanto tempo! Veio ver Augusto?
- Sim Samantha, poderia chamá-lo para mim?
- Claro, entre, por favor.
Diogo saiu da frente da porta, dando passagem para o estranho entrar. Agora estava ainda mais intrigado com a presença daquela estranha criatura na casa que ele dividia com outros 16 vampiros.
Quando o anjo chegou ao centro da sala, já estavam reunidos ali todos os companheiros de Diogo, exceto Augusto que agora surgia no alto da escada, precedido por Samantha.
- Samael, que bons ventos o trazem? – saudou o líder do grupo.
- Receio que não sejam bons os ventos que me trazem Augusto. – respondeu o anjo, com um ar pesaroso.
- Tenho ouvido rumores. Veio dizer-me que eles são verdadeiros?
- Receio que sim.
- Venha até meu escritório, lá poderemos conversar em particular.
O anjo atendeu ao convite de Augusto e o acompanhou até a porta que o outro indicava, enquanto 15 pares de olhos curiosos acompanhavam seus passos. Assim que a porta se fechou atrás deles, Diogo virou-se para Samantha e a cobriu de perguntas, que os demais acompanhavam interessados:
- Quem é ele Samantha? Ele é um anjo? Você o conhece? O que ele quer com o Augusto?
- O nome dele é Samael, como você já sabe. Ele é um anjo caído, antigo braço direito de Lúcifer, antes da Grande Queda. Poderia dizer que ele é o nosso “pai”.
- Pai?
- Sim. E quanto ao que ele quer com Augusto, creio que não gostaremos nem um pouco da resposta...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Série Fallen X Série Sussurro


Na semana passada, terminei de ler Finale, o último livro da série Sussurro e decidi não fazer uma simples resenha sobre ele, mas aproveitar para fazer uma postagem comparando a série Hush Hush com a série Fallen.
Para mim, é impossível falar da série Sussurro, sem falar da série Fallen, quem leu as duas e é fã do assunto, há de me compreender. As duas falam de jovens comuns que se apaixonam por anjos caídos. Entretanto, desde o começo, já é possível perceber significativas diferenças entre uma e outra. Fallen é mais sombria, mais “pesada”, mais melancólica, o que me cativou, confesso, porém Sussurro é tão “cotidiana” que te faz mergulhar na história, como se tudo aquilo estivesse realmente acontecendo com você.  
Comecemos pelos protagonistas, assumo que me identifiquei mais com Luce, apesar de julgar Nora mais verossímil, parece-me que a qualquer momento vou cruzar com ela na rua, pois ela é a típica adolescente comum, ao passo que Luce jamais foi comum. E por fim, chegamos ao eterno impasse: Daniel x Patch. Quem é mais sedutor? Quem é mais romântico, mais irresistível? Devo confessar que nesse ponto, sou do Team Patch. Daniel é meloso demais em alguns pontos, certinho demais, perfeito demais, apaixonado demais. Tanto, que cheguei a torcer para que Luce nem ficasse com ele, poderia ser o Cam ou o Milles que eu gostaria mais, poderia ser até o Lúcifer (spoiler!). Já o Patch... Ah, o Patch é o máximo: protetor na medida certa, bad boy na medida exata, romântico e sedutor perfeito.    
E as capas das duas séries? Lindíssimas! Impossível dizer quais são melhores. Apesar de  as capas da série Fallen serem um pouco repetitivas, acho que a série Sussurro ganha no quesito originalidade e ganha também no quesito títulos, achei fantástico eles remeterem à música, bem como aos pensamentos telepáticos que eles compartilham. Ah, mas o grande trunfo da série Fallen trata-se do livro “Apaixonados”. Os personagens secundários ganharam tanto destaque que foi necessário escrever um livro apenas para eles! E diga-se de passagem, um livro ótimo. Entretanto, ainda gosto mais de Vee que de Ariane, rs.
Uma coisa importante de ressaltar em séries é que sempre há um livro integrante que é melhor que os outros, ou ainda, um que te faz desistir da série toda (foi o que aconteceu comigo ao ler a série Personal Demons – resenha aqui: http://elainevelasco.blogspot.com.br/2012/10/resenha-personal-demons-pecado-original.html - o segundo livro é tão ruim que nem vou ler o resto), em Sussurro, acho que nenhum superou o primeiro, já na série Fallen, gostei sobremaneira do terceiro – Paixão – e houveram pessoas que me disseram que odiaram o segundo – Tormenta.
Quanto ao final, bem, eu estou no momento, escrevendo o livro final de minha trilogia e estou descobrindo que nunca é fácil encerrar um trabalho de forma satisfatória. Acho que eu nunca fico satisfeita com um final, talvez porque eu simplesmente não quisesse que houvesse um final, rs. Gostei do final das séries, confesso que Fallen me surpreendeu bastante, não esperava aquela reviravolta, mas do desfecho não gostei. Deu a impressão de que eles lutaram tanto para nada, para voltar à estaca zero. Também não gostei de no final das contas, descobrir que ela era superior a ele, sei lá, achei forçado, estou um pouco cansada de no final sempre a frágil mocinha se transformar na super super. Quanto ao livro final de Sussurro, achei previsível. A batalha dos nefilins e tudo o mais. Tem seus pontos altos, mas não sei. Ao menos a cena final foi legal, com o casamento da Vee e tudo o mais. Ah, aliás, quero fazer uma ressalva, fiquei muito irada quando ela descobre que a Vee também é uma nefilim, fica parecendo que todo o mundo é nefilim! Marmelada.
Enfim, se me perguntasse, eu diria que gosto mais da série Fallen, mas agora analisando as duas ponto a ponto, acho que gosto mais de Sussurro. Não sei, estou em dúvida. Que tal conhecer as duas e tirar suas próprias conclusões? Fica aí uma ótima dica de leitura para quem – como eu – adora romances sobrenaturais.