quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Limiar em ebook gratuito

Bom dia queridos! Hoje venho anunciar que preparei um presentinho de reveillón pra vocês! Disponibilizei Limiar, o primeiro livro da série, para download gratuito na Amazon, em formato ebook. Se você ainda não conhece essa inusitada história de anjos, aproveite, a oferta vai até o dia 03/01!!!




domingo, 28 de dezembro de 2014

Profissionais da Literatura

Eu já disse outras vezes aqui e também no blog A Arte de Escrever, que quando iniciei minha carreira literária, não tive orientação alguma e “caí de paraquedas” nesse meio. Foi à base de muitos tropeços, que aprendi o pouco que sei hoje sobre o “caminho das pedras” e que hoje compartilho com vocês. Uma das coisas que eu desconhecia e que teriam me ajudado muito no início, era a exata função dos profissionais da Literatura. Confesso que alguns deles, eu até desconhecia, outros, subestimava sua importância, mas creiam-me, se eu os tivesse buscado logo no começo, teria poupado muito dinheiro, tempo, energia e decepções...
                É para evitar que outros autores iniciantes incorram nos mesmos erros, que hoje escrevo essa matéria pra vocês, apresentando e explicando as atribuições de cada profissional da Literatura que você vai encontrar no tão sonhado e árduo caminho da publicação do seu original.

Vamos lá:

Consultor Literário: Este é o primeiro profissional que você deve procurar. Sei que muitos acham que ele é desnecessário, um gasto a mais. Mas acredite, o dinheiro que você gastar com ele, será muito bem empregado. O consultor literário é alguém que conhece o mercado literário, suas tendências e também técnicas de redação, construção de cenários, personagens e tramas. Sua função será avaliar seu original e indicar as mudanças necessárias, as melhorias a serem feitas, os pontos a serem reescritos, enfim, ele lhe indicará como melhorar sua obra, de forma clara, precisa e honesta. Não pense que amigos e conhecidos farão o mesmo por você, como eu disse, este é um PROFISSIONAL, com anos de experiência e que não dourará a pílula pra você, não temerá magoá-lo, algo extremamente necessário neste início, pois ele fará observações incisivas sobre seu texto, não para humilhá-lo nem denegri-lo, mas para aperfeiçoá-lo e ajudá-lo verdadeiramente, algo que por mais bem intencionados que seus amigos e familiares possam ser, ao dizer apenas que seu texto é maravilhoso e perfeito, eles não o farão. Existem também, os consultores literários que trabalham dentro das editoras, estes serão os responsáveis por “lapidar” seu texto após ele ter sido aceito, também pela construção de sinopses e textos de orelha e divulgação da obra.

Agente Literário: Pouco conhecido no Brasil, este é um profissional, que, quando realiza seu trabalho seriamente, pode fazer toda a diferença entre seu original ser aceito ou não pelas Editoras. O agente literário é alguém que possui contatos no meio literário e também vasto conhecimento acerca do mercado, das tendências e das editoras. Ele será o responsável por analisar seu original, analisar o potencial dele e encaminhá-lo às Editoras corretas, aquelas que possuem reais chances de aceita-lo. Ele é o famoso Q.I. (Quem Indica), através dele, você conseguira que seu original seja avaliado em Editoras, aonde ele seria simplesmente descartado sem sequer ser aberto, isso porque ele conhece as pessoas certas dentro das empresas e a forma de abordá-las. Por isso, repito, que todo dinheiro gasto com ele, pode ter certeza que será bem gasto.

Analista de originais: Este é o profissional responsável por receber e avaliar seu original quando ele chega à Editora. Jamais o confunda com um consultor literário ou com um editor. Sua função é simplesmente avaliar a obra e decidir se ela será publicada ou não. Não é função dele editar sua obra, menos ainda ficar indicando ao autor o que ele deve alterar em seu original. JAMAIS fique perguntando a ele porque sua obra foi recusada, ele não lhe deve explicações e nada que você diga vai fazê-lo mudar de ideia, para isso, contrate um CONSULTOR LITERÁRIO.

Editor:  Este profissional é muito confundido com o analista de originais e o consultor literário, mas, por mais que julguem o contrário, ele não é um Deus, onipotente e onipresente. Geralmente, o editor só receberá seu original quando ele já estiver aprovado para publicação. Sua função é gerir os demais profissionais da empresa que agora trabalharão em seu livro: capistas, diagramadores, revisores, consultores literários, para que seu livro seja um produto de sucesso e rentável.


Cabem aqui algumas ressalvas:
  1.          Lembre-se que não há faculdade que prepare alguém para ser um profissional da Literatura especificamente, portanto, o critério de escolha de um profissional desse ramo, deve ser feito de forma adversa, há de se observar características tais como: idoneidade, força de vontade, relevância do profissional no cenário literário, experiências e vivências.
  2.        Cuidado com os “picaretas” e oportunistas que lhe prometerem o mundo e o fundo. Uma carreira literária é algo que demanda tempo, dedicação e esforço, e sucesso algum virá da noite para o dia.
  3.          Sempre digo, mas não custa repetir: seja humilde. SEMPRE. Há muitas pessoas que estão há muito mais tempo que você nesse meio e que podem ajudá-lo. Não se engane, por mais esperto e inteligente que você possa ser, ainda é apenas um peixinho dourado num tanque de tubarões. Angarie amizades e simpatias, ajude, auxilie, construa, prestigie. Ninguém gosta de arrogância e prepotência.
  4.          Não se engane, por melhor que sua obra seja, por mais que seus amigos, familiares e amantes digam que ela é o supra sumo da Literatura, que você é um gênio, um deus, apenas isso não basta. A carreira literária é feita sim, de boas obras, mas também de bons contatos e relacionamentos. Nesses três anos que tenho vivido nesse meio, já vi autores medíocres mas que sabiam se relacionar, alçarem as estrelas, enquanto autores talentosíssimos, mas com dificuldade de relacionamento, afundaram no mar do esquecimento. Pense nisso!!! 


sábado, 27 de dezembro de 2014

Construção de personagem

Construção de Personagem – Parte II

É claro que cada autor possui o seu próprio estilo, o seu método de trabalho. Ainda que não o tenha bem definido à princípio, a tendência é que aos poucos, ele vá moldando suas próprias características e metodologia. No início, pode-se pautar por algumas regras e dicas de “como escrever”, porém, faz parte de seu processo de amadurecimento, desvencilhar-se disso, adaptando tais regras à sua forma de criar.
Nenhum autor jamais está pronto. Cada novo texto, cada nova linha, novo parágrafo que escrevemos, é um aprendizado, e mesmo que vivamos 100 anos, ainda estaremos aprendendo. É possível perceber isso quando acompanhamos a carreira de um escritor ao longo dos anos e das obras. É notável seu amadurecimento como pessoa e como profissional da escrita. Às vezes, o autor “passeia” por diversos gêneros, formas de narrativas, personagens, cenários, até se “encontrar” realmente. E por vezes, ele nunca se encontra. Assim é a arte, uma eterna busca. Desilude-se quem se julga perfeito, intocável, livre de críticas. Sempre haverá algo a se lapidar, a se melhorar.
Eu, enquanto autora, tenho vivenciado isso. Alguns leitores já chegaram a comentar comigo que perceberam o quanto amadureci ao longo de meus três livros atualmente publicados. Inclusive como pessoa. E como meus textos refletiram o que se passava em minha vida. Isso, porque o escritor, não consegue escrever sem colocar em seu texto, o que lhe vai no mais íntimo. É impossível escrever sem desnudar sua alma (parafraseando minha querida amiga e colega Carolina Vilanova, com quem conversei longamente sobre isso recentemente). E se assim ele o faz, seu texto soa falso, sem vida, sem paixão, e então, não “convence”, não cativa, não emociona, não conquista. Porque a leitura, nada mais é, que o diálogo entre duas almas. Se o leitor ou o escritor não a colocam nesse processo, este torna-se estéril e vazio.
Mas, já divaguei demais, rs. O que eu realmente queria falar era sobre construção de personagens, um tema que eu já abordei no blog A Arte de escrever do meu colega de escrita e também conterrâneo Hermes Lourenço, onde colaboro como colunista (http://hmsfenix.blogspot.com.br/2014/06/construcao-de-personagem.html) há algum tempo atrás. Porém, agora, quero abordá-lo sob outro ponto de vista. Quero falar de uma experiência pessoal.
Embora eu possua apenas três livros publicados (Limiar, Abismo e Refúgio), eu possuo diversos projetos em andamento e alguns já concluídos, aguardando publicação. Tenho trabalhado em duas vertentes um pouco distintas, uma, destinada ao público jovem, do gênero literatura fantástica e outra, voltada ao público adulto, num estilo semelhante ao chick-lit. Ao realizar tais trabalhos, tenho trabalhado com personagens bem distintos e de personalidades conflitantes. Tal feito é muito prazeroso, mas também muito desafiador.

A primeira protagonista com a qual trabalhei, Ester Layil (da série Limiar), era uma adolescente, com a personalidade ainda em formação. Possuía dúvidas e receios próprios da idade, com alguns traços marcantes: introspectiva, tímida, meiga e doce. Ela correspondia muito ao padrão de uma heroína desse tipo de narrativa e não me foi muito difícil construí-la, já que ela, como eu disse, obedecia a certo padrão. Seus amigos e demais personagens da trama, foram inspirados em pessoas do meu cotidiano, o que também facilitou construção deles, outros, foram inspirados em lendas e arquétipos.

Já minha segunda protagonista, Alice (Filhos de Lilith, ainda não publicado), deu-me um pouco mais de trabalho. Expansiva, extrovertida, alegre, forte, determinada, apaixonada pela vida, audaciosa, ela era bem diferente das mocinhas “convencionais” e porque não dizer, de mim mesma. É claro que há nela algumas características minhas, afinal, um escritor jamais consegue conceber um personagem sem nele colocar algo de si, mas confesso que ela me era mais “distante” que Ester, tive que me esforçar um pouquinho mais na construção dessa personagem. Cabe inclusive, mencionar aqui, que a personalidade dela foi o pivô de meu desentendimento com meu parceiro, com quem eu estava escrevendo este livro, pois ele julgou que eu “suavizei” demais a personalidade dela. É o famoso caso onde o personagem “ganha vida” e seu criador já não pode mais controlá-lo. Eu queria que Alice fosse mais meiga, mais romântica, mas talvez, ela não tenha nascido para ser assim, afinal.

Depois, veio Lia (Meu garoto), minha primeira protagonista adulta e com ela, novos desafios. Lia tem 33 anos, mas é um pouco imatura, indecisa, receosa. Está passando por uma fase difícil e não a está encarando muito bem. É carente, dramática, chorona e muitas vezes se deixa levar pelas situações apenas para evitar conflitos. O crescimento e amadurecimento da personagem fazem parte do desenvolvimento da trama e foram-me muito custosos.

Agora, estou trabalhando num novo projeto, dentre tantos outros, que quero destacar. Trata-se de um livro com título ainda provisório, algo como “Solteira outra vez”. Íris, a protagonista, tem 35 anos e enfrenta uma situação semelhante à de Lia, porém, a encara com muito mais suavidade e bom humor, fazendo do limão que a vida lhe deu, uma bela caipirinha. Estou me divertindo muito com as aventuras dela e também aprendendo a rir das tragédias da vida, a ver o lado bom de tudo que nos acontece, a confiar mais, a ter mais fé, mais esperança.
É assim a vida do escritor: a cada personagem que lapidamos, aprendemos um pouco mais sobre nós mesmos... O importante é jamais perder o foco, jamais perder a humildade, jamais perder a sede de aprender, a vontade de crescer.
Para finalizar, deixo aqui uma frase que sempre vejo “circulando” pelo face, cuja autoria, infelizmente, não consegui precisar, entretanto, o que realmente vale, é a mensagem que ela nos traz:

“Por mais inteligente que alguém possa ser, se não for humilde, o seu melhor se perde na arrogância. A humildade ainda é a parte mais bela da sabedoria.”


P.S. Ficou curioso(a) para conhecer meus novos projetos? Clica na aba "Outros projetos", ali no canto superior do blog!