quarta-feira, 11 de novembro de 2015

COMPORTAMENTO NAS REDES SOCIAIS


Outro assunto deveras intrigante é o comportamento adotado pelos autores nas redes sociais. Alguns optam por criar um perfil totalmente “profissional”, desvinculado de sua vida pessoal, onde postam apenas material referente aos seus livros e sua carreira. Outros, preferem tratar os leitores como amigos pessoais, compartilhando com eles não apenas seu trabalho, mas também suas ideias, ideais, sua vida. Há ainda, os que apenas criam páginas e os que criam diversos perfis para poder adicionar todo mundo.
            Não defendo que nenhum deles esteja 100% certo, acho que isso é algo muito pessoal, e cada autor deve agir como lhe aprouver. Se ele acha melhor não “misturar” vida profissional e pessoal, que assim seja. Já se ele quer ser mais intimista ou ainda, acolhedor, que seja, acredito que isso tudo tenha muito a ver com a personalidade de cada um e isso sempre deve ser respeitado.
            Não quero entrar nesse mérito, cada um deve agir como se sentir bem. O que quero levantar neste capítulo, é apenas aquilo que devemos evitar a todo custo fazer, seja qual for o nosso perfil. 

11)    Não escreva a palavra OFICIAL ao lado do seu nome. Algo como: Fulana de Tal (OFICIAL). Fala para mim: o Paulo Coelho tem isso escrito na página/perfil dele? André Vianco? Raphael Draccon? Carolina Munhóz? Não. E sabe por que? Porque isso soa como algo extremamente arrogante. Como se alguém quisesse plagiar a Fulana de Tal. Sério gente, não precisa. É claro que a sua página é a página oficial, né? Se situa.

22)    Não se envolva em polêmicas. Acho que isso é o mais difícil para os autores. Sempre dá vontade de falar mal do governo, do novo livro “modinha”, do comportamento de alguém, do mercado literário, enfim, do mundo. Dá vontade de mandar indireta, armar barraco e tudo o mais. Mas resista. Acredite, o saldo negativo sempre será maior que o positivo.

33)    Não use as redes sociais para desabafar. Tem autor que bebe umas e outras e vai nas redes sociais xingar quem não compra o livro dele. Ou então reclama do cônjuge, do emprego, da sogra. Lembre-se da regra número um: se beber, não acesse a internet. E a regra número dois: redes sociais não são muros de lamentação. Nenhum dos seus leitores têm nada a ver com suas carências, problemas e/ou bebedeiras.

44)   Não fique divulgando seu livro na página/perfil alheio. Isso é o mais chato e mais deselegante comportamento de todos. Todos os dias vejo pessoas reclamando disso. Vale também para marcar pessoas em publicações e fotos que não têm nada a ver com elas e ainda para adicioná-las em grupos relativos a seus livros e sua carreira sem consultá-las. Simplesmente não faça.

55)    Não publique imagens/textos ofensivos. Certa vez, uma autora me adicionou (sem me consultar) num grupo dedicado aos “fãs” de seus livros. Até aí, deixei estar. Mas qual não foi minha surpresa quando certa manhã, ao acessar a internet, ainda meio sonolenta, deparei-me com um GIF de uma relação sexual na minha linha do tempo. Quase tive um treco. Minha filha de apenas oito anos, estava ao meu lado, e por sorte não viu a referida cena. Fiquei possessa. Pelo amor de Deus. A noção passou longe dessa pessoa. Não-faça-isso.


66)    Não fique assediando as pessoas. Geralmente, os mesmos autores que fazem o citado nos itens 4 e 5, ainda não satisfeitos, ficam enviando mensagens privadas com propaganda de seus livros, páginas e tudo o mais. Além de compartilhar mil propagandas diárias de seus livros. Eles enchem tanto, que a gente acaba pegando birra deles e de suas obras. Como tudo na vida, saiba dosar. Tudo bem você divulgar uma vez por dia, mas dez, vinte, já é demais. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

COMO SE COMPORTAR EM EVENTOS - Dicas para autores iniciantes


Honestamente, eu gostaria muito que não fosse necessário escrever um texto sobre esse assunto, mas pelo o que venho observando, isso infelizmente se faz necessário. Vejo muitos autores – eu, inclusive, admito − dando diversas gafes em eventos e o meu objetivo com esse capítulo, é evitar que você, querido leitor, as cometa:

1)    Seja pontual: De preferência, chegue até alguns minutinhos adiantado, para poder conhecer o(s) organizador(es) do evento, seus parceiros e também seus colegas autores que porventura também estiverem presentes.

2)    Conheça o evento: Prepare-se previamente para participar do evento, procure saber qual será o público presente (faixa etária, seus interesses, etc.), qual será o tema e até qual será o traje exigido (alguns eventos pedem trajes formais, outros, fantasias, outros, traje informal, etc.)

3)    Seja atencioso: Não apenas com os leitores, mas com os colegas autores e demais profissionais envolvidos.


4)    Prestigie o colega: Não há nada pior que autores que ficam no recinto apenas enquanto eles estão falando, mas que no momento da fala do outro escritor, ou se ausentam, ou ficam envolvidos em conversas paralelas, falando alto, chamando atenção para si, mexendo no celular, tirando fotos ou fazendo qualquer outra coisa que não seja prestando atenção ao outro. Isso é de uma falta de educação tremenda. Ninguém é melhor que ninguém e todos merecem respeito, não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você.

5)    Seja prestativo: Faça tudo o que for possível para ajudar o evento a ser melhor, pois com isso, todos ganham. Vale tudo: ajudar com o equipamento multimídia, acalmar um colega nervoso, distribuir marcadores, ajudar com sorteios, ajudar na arrumação do ambiente, enfim, tudo o que for necessário.


6)    Seja humilde: Todos têm algo a lhe ensinar, aproveite esses momentos tão ricos para aprender, trocar experiências e estabelecer contatos.

7)    Jamais “corte” alguém: Não há nada pior que um autor que não deixa mais ninguém falar ou que se intromete quando outro escritor está falando de seu livro a alguém, para falar do seu trabalho. Espere a sua vez. Com certeza, todos terão a sua chance de brilhar.

8)    Não se envolva em polêmicas: Não fique reclamando de tudo e todos, muito menos “puxando briga” com quem quer que seja, falando mal de algum colega, alguma obra ou gênero. Se alguém provocá-lo, contorne a situação o mais rápido possível, evitando que um mal-estar se forme. 

9)    Leve material de divulgação: Informe-se com o(s) organizador(es) quais serão os equipamentos disponíveis para divulgação. De acordo com o caso, você pode levar apresentações em Power Point, Booktrailers, marcadores de página, panfletos, banners e toda espécie de subsídio que o ajude a divulgar sua obra e facilitar o contato do público com você posteriormente.


10)  Nem todo evento é para vender: Tenha em mente que nem todo evento tem como foco a venda imediata. Os eventos onde você terá a oportunidade de ter contato com os leitores e demais profissionais da literatura são tão ou até mais importantes para sua carreira, que os voltados exclusivamente à venda. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AUTORES QUE AS EDITORAS EVITAM

Para que seu livro seja aprovado e publicado por uma editora, você precisa saber que tão importante quanto a qualidade de sua obra – para não dizer mais importante – é o seu comportamento enquanto escritor. As editoras estão sempre atentas aos novos escritores, à repercussão de seus trabalhos, como eles tratam seus leitores, se são pessoas instáveis, problemáticas, idôneas. Não se engane: há profissionais da literatura “infiltrados” em todos os meios, e qualquer deslize pode ser fatal. Já vi muito escritor que por mais promissor que fosse, não era contratado por nenhuma editora, simplesmente porque gozava de má fama. Vou listar os dez tipos mais comuns, para que você não corra o risco de se tornar um deles, e consequentemente, persona non grata para editoras.
1 – Autor barraqueiro: Esse, é de longe, o pior tipo. É aquele autor que discute publicamente com blogueiros, com leitores, com editores, com a família, com os amigos, enfim, com qualquer um, sem o menor pudor. O motivo principal de sua fúria, são críticas aos seus livros, mas sua ira pode ser desencadeada por qualquer outra razão, desde pessoais, até questões de maior amplitude, tal como posicionamento político, religioso, etc.
2 -  Autor ansioso: Outro tipo que afugenta qualquer editora é o tipo ansioso. O cara envia a obra para ser analisada pela editora e se não recebe uma resposta em um mês, começa a telefonar, mandar e-mail, mensagens nas redes sociais. É preciso entender que cada editora tem um prazo – que costuma variar entre 6 meses a 1 ano – e que ela recebe dezenas, às vezes centenas de originais por dia, e eles são avaliados de acordo com a ordem de chegada.
3 – Autor invejoso: Aquele que não suporta ver o sucesso dos colegas. Ao invés de se concentrar em seu próprio trabalho e talvez até – por que não? – espelhar-se no outro que está chamando tanta atenção, para de repente, inspirado por ele, conseguir alavancar também a sua obra, esse autor fica provocando intrigas, espalhando boatos e destilando veneno por onde passa. Também fica cobrando “atenção” da editora, porque julga que o outro está recebendo mais investimento, mais divulgação. Fica irritadíssimo se não é convidado para eventos, pois odeia ser excluído.
4 – Autor arrogante: O livro dele é o mais perfeito de todo o universo. Não tolera que ninguém faça qualquer tipo de crítica ou sugestão sobre o seu texto, tão primoroso. Acha que todos têm inveja do seu trabalho, por isso o criticam, ou então, são um bando de ignorantes que não entenderam o que ele quis dizer.
5 – Autor pão-duro: É aquele autor que se recusa terminantemente a gastar um centavo que seja na publicação ou divulgação de seu livro. Ele acha que seu livro é tão bom, tão relevante, tão original, que a editora deve considerar uma honra ter a oportunidade de publicá-lo, e por isso, deve, além de publicar e divulgar seu livro sem cobrar nada – mesmo ele sendo um ilustre desconhecido – ainda custear suas viagens e quem sabe, até lhe pagar os direitos autorais adiantado, afinal, o sucesso do livro é garantido.
6 – Autor vaidoso: Certa vez, conheci uma autora, que fazia questão de que na capa de seu livro houvesse uma foto sua. Se o livro fosse uma autobiografia, talvez isso até fosse aceitável, mas não era o caso. O agravante é que a personagem do livro não tinha nada a ver com ela, tornando a situação ainda mais absurda. Todos tentaram, educadamente, avisar. Leitores, editores, amigos, familiares. Mas ela bateu o pé e ainda excluiu e bloqueou todos que discordaram dela nas redes sociais. No final das contas, a editora decidiu por bem não publicar mais o livro, pois viu que além de vaidosa, ela era barraqueira. E o pior é que casos como esse, ocorrem com mais frequência do que se imagina, muitos autores, não querem divulgar suas obras, mas a si próprios, muitas vezes dando mais ênfase às suas imagens, que às suas histórias.
7 – Autor máquina: Aquele autor que escreve um livro por semana e quer que a editora publique todos eles, sem se preocupar com a qualidade, o importante é que ele seja publicado. Também não se importa com a divulgação, já que, quando um livro seu é publicado, ele já está imerso em outro.
8 – Autor melindroso: Chora por qualquer coisa. Chora quando recebe uma crítica, uma ameaça, um resultado negativo. Chora porque não foi convidado para eventos, porque seu livro não vende, porque fulano chama mais atenção. Reclama da vida, dos leitores, das editoras, do capitalismo, do mercado, enfim, culpabiliza a todos, exceto a si próprio.
9 – Autor insistente: Ele assedia os leitores e as editoras através de todos os canais aos quais tem acesso. Telefone, redes sociais, e-mails. Faz postagens a cada cinco minutos falando de seu livro, marcando os amigos e os editores, sem ao menos pedir permissão. Muitas vezes acabam sendo excluídos e bloqueados, além de levarem uma dura daqueles que não tem papas na língua. É claro que é necessário divulgar, mas como tudo na vida, há que se ter um limite.
10 – Autor carente: Quer que as pessoas fiquem repetindo o tempo todo o quanto seu livro é maravilhoso, o quanto seu talento é desprezado injustamente. Precisa de demonstrações contínuas de afeto e admiração, inclusive por parte da editora. Fica publicando a cada minuto o posicionamento de seu livro na lista dos mais vendidos da Amazon, apenas para inflar o seu próprio ego.  

Note que, geralmente, os autores problemáticos, apresentam mais de uma característica enumerada acima, até porque uma está intimamente interligada a outra. Por exemplo, o barraqueiro, geralmente é arrogante ou vaidoso. E o ansioso, costuma também ser uma máquina de produzir manuscritos. O melindroso, geralmente é, no fundo, um invejoso. O insistente, via de regra, é carente.
É claro que ninguém é perfeito, e todos possuímos algumas dessas características em maior ou menor grau. O que é necessário é saber dosar e ter autocontrole, pois mesmo já tendo um contrato com uma editora para uma obra, não há garantia alguma que seus outros livros serão aceitos, principalmente se, no meio do caminho, você apresentar indícios de ser um autor – como as editoras costumam dizer – chato.
           

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

COMO É FEITA A ANÁLISE DE ORIGINAIS



Você deve ter curiosidade de saber como, afinal de contas, é feita a análise de originais pela editora.
Vamos por partes. Primeiramente, vale relembrar que seu livro pode chegar à Editora de três formas:
A – Por email.
B – Via correio, no molde impresso.
C – Através de agente literário.
Assim que é recebido, seu original passará por alguém responsável por fazer uma triagem*, a fim de ver o que realmente vale a pena ser analisado, já que os originais que não atendem aos requisitos mínimos exigidos, nem mesmo chegam às mãos do analista.  E que requisitos são esses? Vamos a eles:
1 – O livro deve se adequar ao estilo da Editora, ou seja, será analisado se o livro pertence aos gêneros, assuntos e temas que ela costuma trabalhar. Também será avaliado se o público alvo, é o mesmo com o qual ela já trabalha.
2 – O original deve vir acompanhado de um bookproposal ou ao menos uma carta, um texto de apresentação decentes. Alguns editores já me relataram que descartaram livros sem ao menos ler, simplesmente porque a apresentação já continha tantos erros de português, ou era um texto tão truncado, que eles julgaram que nem valia a pena ler o manuscrito.
3 – Em seguida, será analisado o perfil (em resumo: vão fuçar as suas redes sociais e consultar os profissionais da área com quem você já trabalhou, desde blogueiros a designers, diagramadores e editores) e o currículo do autor, para se verificar se ele é uma pessoa idônea e qual é a sua formação.
4 – No caso de editoras sob demanda, é averiguado se o autor terá condição e disposição de pagar pela publicação.
* Os livros apresentados por agentes literários, não passam por essa triagem, já que, os originais apresentados por esse profissional, já passaram pelo crivo dele, que já está acostumado com as exigências da editora, e que apresentará apenas obras que correspondam aos requisitos exigidos.
Em seguida, os livros pré-aprovados, são entregues à pessoa responsável por analisar, de fato, o livro. Ela lerá a obra, observando alguns itens básicos, (entre outros, que poderão variar de uma editora para outra):
·         Coerência, desenvolvimento e estruturação da história
Será observado se o livro é bem desenvolvido, com personagens, cenários e cenas bem construídos, se há “furos” na trama, se o texto possui fácil e acessível interpretação, sem erros grotescos de concordância ou até mesmo de gramática, vícios de linguagem, etc. Também será analisado se o livro possui um bom ritmo, sem tornar-se enfadonho, cansativo ou repetitivo. Ainda será levado em conta se o livro pertence a uma série. Muitas editoras – e leitores - ainda resistem à ideia de publicar livros que possuem sequências. 
·         Relevância
 Por mais bem desenvolvido que seu livro seja, a história precisa ter algo de original, algo que chame a atenção do analista, que leve-o a crer que aquela história vale a pena ser contada, conhecida, e portanto, publicada. Seja por uma lição de vida, seja por reviravoltas surpreendentes, seja por possuir personagens cativantes.
·         Capacidade de cativar o leitor
 Já dizia Carl Jung:
"Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."
Um livro pode ser muito bem escrito, mas se ele não levar o leitor a se envolver com ele, criando sentimentos deste com relação à escrita, esse livro muito provavelmente, está fadado ao fracasso.
·               Recepção do cenário literário atual ao tema proposto
 Uma editora dificilmente publicará livros de poesia, se o mercado, no momento, não está recebendo bem a poesia. As editoras buscam livros que atendam às expectativas do momento, aquilo que o público está ávido por consumir, afinal, ela precisa vender. É claro que há exceções: algumas editoras decidem apostar em nichos não explorados ou até mesmo esquecidos, para tentar mudar um pouco o cenário, mas isso, como eu disse, são exceções.
·         Forma como temas polêmicos são abordados, se eles existirem no livro
 Geralmente, as editoras até toleram que temas polêmicos tais como prostituição, drogas, pedofilia, alcoolismos, entre outros, sejam abordados, desde que o enfoque seja positivo. Por exemplo: você pode contar a história de um dependente químico, mas sem dar “glamour” ao uso de substâncias químicas, mas sim mostrando que as drogas são um malefício ao indivíduo e à sociedade.
·         Se o livro se adequa aos padrões propostos pela editora:
Esse item, na verdade, é uma continuação do anterior. Vou citar um exemplo: Certa vez, trabalhei numa editora, onde a proprietária se recusava a publicava livros de cunho machista. Esse é um claro exemplo de que os livros também precisam atender a certas normas particulares de cada editora. E é devido a isso, que muitas vezes um mesmo original pode ser recusado por uma editora, e aceito por outra.
·         Se o livro se enquadra na grade de publicação da editora
Algumas editoras costumam fechar sua grade no início do ano, a fim de planejar seus gastos, por isso, fique sempre atento aos prazos!

Após passar por todas essas etapas, a editora entrará em contato com você, dando-lhe o tão esperado SIM, isso, é claro, se você houver incluído em sua apresentação os seus dados de contato, outro ponto muito importante, que muitas vezes os autores esquecem e que por esse motivo, jamais recebem uma resposta!